Vida e obra do autor Eduardo Campos
As obras de Eduardo Campos vão muito além do compromisso de explorar os problemas sociais que fazem da vida humana uma tragédia, pretendem ser ainda uma voz que critica os sistemas opressores. Flagram , sem rodeios, as cenas do dia-a-dia. E com isso prendem até mesmo os mais exigentes leitores. Seu nome completo é Manuel Eduardo Pinheiro Campos. Nasceu em Guaiúba, no dia 11 de janeiro de 1923. Jornalista, contista, teatrólogo e folclorista. É bacharel em Direito pela UFC. Foi presidente da Academia Cearense de Letras, mais de uma vez reeleito. Dentre suas obras podemos destacar: Águas mortas(1943), Face Iluminada(1946), A viagem definitiva(1949), O abutre e outras estórias(1968), Tropel das coisas(1970), O Morro do Ouro(1964) e Rosa do Lagamar(1964) e outras, encenadas com êxito no Ceará e no Sul do País. Sua formação literária está ligada ao grupo clã. Esse movimento genuinamente de província, mas depurado de qualquer eiva provinciana. O estilo de Eduardo Campos é, pois, resultante de dois elementos formadores: de um lado , as aptidões artísticas nascidas do seu temperamento, de sua personalidade interior; de outro lado, as influências das idéias estéticas vigorantes na época e no meio em que ele manifestou e permaneceu. Pelo seu regionalismo, podemos aproximá-lo de Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz, e por ter utilizado o elemento chuva em sua obra À véspera do Dilúvio ( 1966), aproxima-se de Antonio Sales. Incursionando pelos mais diversos gêneros literários, desde 1943 vem produzindo sem cessar e impressiona a todos pela capacidade de trabalho e posições assumidas no trato com a problemática social , ângulo para o qual se volta em suas inquietudes básicas. Atua no teatro, no conto e romance. E, afora os gêneros de prosa de ficção, opera constantemente no campo das pesquisas folclóricas. Eduardo Campos gosta de explorar o campo sensorial, no intuito de fixar bem as imagens descritivas. Além disso, utiliza a ironia com o objetivo principal de acentuar o drama humano, envolvendo-o nas situações mais diversas e, ao mesmo tempo, demonstra que a falta de solidariedade e a falsidade são elementos que definem o relacionamento humano. Isso é notório em “Adultério para cego ver”, no qual o amante deve falar com o cego, assuntos diversos enquanto acaricia a sua mulher. Como profundo conhecedor dos limites que conceituam o conto, Eduardo Campos tem o poder de síntese que evita qualquer digressão. Além disso, dá ao leitor a possibilidade de novos desfechos. Isso porque depois da leitura, o leitor pode formular as mais variadas questões que podem vir a enriquecer o texto. Tem preferência pela descrição, pois, conscientemente, sabe que ela possui um apelo sensorial que permite ao observador delinear os elementos apresentados aos poucos , isto é, lentamente pela narrativa. Essa preferência é importante porque a apresentação dos seus personagens é feita mostrando-os em ação. E, aos poucos, vai compondo o perfil dos caracteres psicossomáticos que os organizaram. Com exemplo, podemos citar, o tipo do agente ferroviário, o cangaceiro ou o delegado. Eduardo Campos utiliza-se do discurso indireto livre que serve para expressar a fala ou o pensamento das personagens e que tem sido muito usado pelos autores contemporâneo através do narrador. Quanto aos temas utilizados, que parecem sempre atuais, são frutos do homem contemporâneo que vive angustiado por descobrir o estado de abandono completo em que se encontra, mesmo em relação a seus semelhantes. Daí só lhe restar ironizar a própria sorte. Em suas peças, procura denunciar, pela ficção, as injustiças sociais a que os personagens estão submetidos. A exposição delas é feita de tal modo que os expectadores não podem permanecer impassíveis. Antes ficam revoltados contra essas injustiças. Ao mesmo tempo são alertados para as táticas utilizadas pelos agentes do poder. Em Morro do Ouro , há a descrição da vida em uma favela de Fortaleza. Os personagens são representantes de um universo que reflete a conseqüências da miséria e do isolamento. A estes junta-se a ironia, que, por paradoxo, cria cenas de humor. Essas cenas são percebidas por ocasião da visita das assistentes sociais que vão ao morro fazer uma pesquisa e se escandalizam com a situação de pobreza e acham que está decore da falta de educação. Na realidade, o autor denuncia, através dessa peça, que os poderosos não têm a intenção de resolver os problemas, e muitos até se beneficiam com essa situação. Nesta peça e nas outras duas: Rosa do Lagamar e Donzela desprezada , há uma denúncia de injustiça por parte do poder que nada faz para minimizar a situação de desamparo das populações desprivilegiadas, mas , ao contrário, procura alimentar-se desse estado de miséria para fortalecer-se.È na obra O Abutre e outras estórias que o escritor atinge o seu amadurecimento artesanal, conforme observa Braga Monteiro. Portanto, soube, em sua obra, mostrar as desigualdades sociais e sensibilizar o homem. E seu regionalismo atinge os valores universais, já que os temas focalizados acabam por analisar as facetas mais torturantes do homem, em seu vão esforço de sobreviver num estado de injustiça ou de tragédia. E essas angústias existem sempre em qualquer lugar.
As obras de Eduardo Campos vão muito além do compromisso de explorar os problemas sociais que fazem da vida humana uma tragédia, pretendem ser ainda uma voz que critica os sistemas opressores. Flagram , sem rodeios, as cenas do dia-a-dia. E com isso prendem até mesmo os mais exigentes leitores. Seu nome completo é Manuel Eduardo Pinheiro Campos. Nasceu em Guaiúba, no dia 11 de janeiro de 1923. Jornalista, contista, teatrólogo e folclorista. É bacharel em Direito pela UFC. Foi presidente da Academia Cearense de Letras, mais de uma vez reeleito. Dentre suas obras podemos destacar: Águas mortas(1943), Face Iluminada(1946), A viagem definitiva(1949), O abutre e outras estórias(1968), Tropel das coisas(1970), O Morro do Ouro(1964) e Rosa do Lagamar(1964) e outras, encenadas com êxito no Ceará e no Sul do País. Sua formação literária está ligada ao grupo clã. Esse movimento genuinamente de província, mas depurado de qualquer eiva provinciana. O estilo de Eduardo Campos é, pois, resultante de dois elementos formadores: de um lado , as aptidões artísticas nascidas do seu temperamento, de sua personalidade interior; de outro lado, as influências das idéias estéticas vigorantes na época e no meio em que ele manifestou e permaneceu. Pelo seu regionalismo, podemos aproximá-lo de Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz, e por ter utilizado o elemento chuva em sua obra À véspera do Dilúvio ( 1966), aproxima-se de Antonio Sales. Incursionando pelos mais diversos gêneros literários, desde 1943 vem produzindo sem cessar e impressiona a todos pela capacidade de trabalho e posições assumidas no trato com a problemática social , ângulo para o qual se volta em suas inquietudes básicas. Atua no teatro, no conto e romance. E, afora os gêneros de prosa de ficção, opera constantemente no campo das pesquisas folclóricas. Eduardo Campos gosta de explorar o campo sensorial, no intuito de fixar bem as imagens descritivas. Além disso, utiliza a ironia com o objetivo principal de acentuar o drama humano, envolvendo-o nas situações mais diversas e, ao mesmo tempo, demonstra que a falta de solidariedade e a falsidade são elementos que definem o relacionamento humano. Isso é notório em “Adultério para cego ver”, no qual o amante deve falar com o cego, assuntos diversos enquanto acaricia a sua mulher. Como profundo conhecedor dos limites que conceituam o conto, Eduardo Campos tem o poder de síntese que evita qualquer digressão. Além disso, dá ao leitor a possibilidade de novos desfechos. Isso porque depois da leitura, o leitor pode formular as mais variadas questões que podem vir a enriquecer o texto. Tem preferência pela descrição, pois, conscientemente, sabe que ela possui um apelo sensorial que permite ao observador delinear os elementos apresentados aos poucos , isto é, lentamente pela narrativa. Essa preferência é importante porque a apresentação dos seus personagens é feita mostrando-os em ação. E, aos poucos, vai compondo o perfil dos caracteres psicossomáticos que os organizaram. Com exemplo, podemos citar, o tipo do agente ferroviário, o cangaceiro ou o delegado. Eduardo Campos utiliza-se do discurso indireto livre que serve para expressar a fala ou o pensamento das personagens e que tem sido muito usado pelos autores contemporâneo através do narrador. Quanto aos temas utilizados, que parecem sempre atuais, são frutos do homem contemporâneo que vive angustiado por descobrir o estado de abandono completo em que se encontra, mesmo em relação a seus semelhantes. Daí só lhe restar ironizar a própria sorte. Em suas peças, procura denunciar, pela ficção, as injustiças sociais a que os personagens estão submetidos. A exposição delas é feita de tal modo que os expectadores não podem permanecer impassíveis. Antes ficam revoltados contra essas injustiças. Ao mesmo tempo são alertados para as táticas utilizadas pelos agentes do poder. Em Morro do Ouro , há a descrição da vida em uma favela de Fortaleza. Os personagens são representantes de um universo que reflete a conseqüências da miséria e do isolamento. A estes junta-se a ironia, que, por paradoxo, cria cenas de humor. Essas cenas são percebidas por ocasião da visita das assistentes sociais que vão ao morro fazer uma pesquisa e se escandalizam com a situação de pobreza e acham que está decore da falta de educação. Na realidade, o autor denuncia, através dessa peça, que os poderosos não têm a intenção de resolver os problemas, e muitos até se beneficiam com essa situação. Nesta peça e nas outras duas: Rosa do Lagamar e Donzela desprezada , há uma denúncia de injustiça por parte do poder que nada faz para minimizar a situação de desamparo das populações desprivilegiadas, mas , ao contrário, procura alimentar-se desse estado de miséria para fortalecer-se.È na obra O Abutre e outras estórias que o escritor atinge o seu amadurecimento artesanal, conforme observa Braga Monteiro. Portanto, soube, em sua obra, mostrar as desigualdades sociais e sensibilizar o homem. E seu regionalismo atinge os valores universais, já que os temas focalizados acabam por analisar as facetas mais torturantes do homem, em seu vão esforço de sobreviver num estado de injustiça ou de tragédia. E essas angústias existem sempre em qualquer lugar.
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